Li um texto sobre materialismo e espiritualidade que trazia em seu corpo a Parábola da Caverna, de Platão, que está inserida no livro VII de sua obra A República.
terça-feira, 24 de julho de 2012
MUNDO REAL
Isabel C S Vargas
Li um texto sobre materialismo e espiritualidade que trazia em seu corpo a Parábola da Caverna, de Platão, que está inserida no livro VII de sua obra A República.
Li um texto sobre materialismo e espiritualidade que trazia em seu corpo a Parábola da Caverna, de Platão, que está inserida no livro VII de sua obra A República.
Na Parábola, o mundo material é retratado como uma caverna
escura e nós, os humanos, somos identificados como prisioneiros imobilizados
desde que nasceram em uma posição tal que só lhes seja permitido olhar para uma
parede.
Devido ás condições e situação em que se encontram na
caverna, nada vêem além de suas próprias sombras, das sombras dos outros
prisioneiros e das sombras dos animais e objetos carregados pelas pessoas que
passam pelo caminho iluminado atrás de um muro. Identificam a si mesmo e aos
outros como sombras. Isto passa a ser sua realidade individual.Se ganharem a
liberdade,terão dificuldade de aceitar a verdadeira realidade.O texto tenta
mostrar o difícil caminho da iluminação e do progresso espiritual.
Aquilo que denominamos de realidade, seria o que os
sentidos percebem e que por isso mesmo passam a ser nossos modelos mentais. A
verdadeira realidade, por extrapolar em muito a capacidade dos sentidos, não
tem aceitação imediata.
Ao me
deter nesta leitura, inicialmente, relacionei com situações individuais,
posteriormente, históricas e, finalmente, percebo nele a explicação de
situações atuais.
Vejamos a situação de determinados segmentos da população
desta nossa republica, analfabetos, subempregados e vivendo prisioneiros da
própria ignorância, cultivando o espírito de rebanho e servindo de massa de
manobra para políticos inescrupulosos e marqueteiros competentes. Conseguem ver
só aquilo que lhes é permitido ver, quer pela manipulação que são alvo, quer
pelas próprias limitações. São induzidos a crer como realidade, como verdadeiro,
só o que lhes é mostrado de forma obscura e fantasiosa. Quando tentam
abrir-lhes os olhos , para perceberem a verdade,diferente daquilo que até então
haviam percebido,torna-se difícil aceita-la.Primeiro porque extrapola em muito
sua capacidade de entendimento e em segundo lugar porque a acomodação
aparece-lhe como caminho mais fácil , menos tortuoso,visto que já conhecido.O
crescimento demanda em atitude interna,que não permite acomodação,que pressupõe
abertura para a realidade,solidez de princípios,vontade férrea em atingir metas
sem se deixar desvirtuar ou corromper no meio do caminho.Pressupõe espírito
forte,consciência da importância de cada um como ser histórico,pensante e
agente transformador de uma sociedade.Isto implica em responsabilidade.Só que o
comodismo leva as pessoas ,de um modo geral,atribuir culpa das mazelas próprias
e sociais a outrem e não assumir ,desta forma a sua parcela de responsabilidade
pelas coisas boas ou más da realidade circundante.
Ora,
estamos, no momento, em uma etapa importantíssima na vida da sociedade
brasileira, visto que a liberdade de escolha foi conquistada, porém a falta de
percepção da verdadeira realidade confunde àqueles que ainda estão no início do
processo de crescimento, impedindo-lhes de aceitarem os fatos ocorridos à sua
falta. Continuam sendo manipulados, para acreditarem que escândalos, corrupção,
roubos, tramóias, caixa dois, paraísos fiscais, pesquisas com resultados, às
vezes distorcidos, são forjadas, irreais, visto que fogem à percepção de seus
sentidos, já habilmente manipulados subliminarmente por grandes investimentos
em poderosas mídias. despeito de campanhas institucionais, o que se viu
foi a precariedade de verbas para educação, saúde, previdência, em
contrapartida com altos lucros na protegida esfera financeira.
É
importante o ressurgimento de valores morais, éticos sem os quais não se pode
conceber uma sociedade livre na qual o peso da justiça possa equilibrar a
balança, visando um convívio social mais harmônico, menos desigual.
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